Sim, de facto, agora que consigo andar de um lado para o outro e não estou quieta sentada no sofá, tenho menos tempo para escrever.
Não significa que não tenha coisas pra dizer...
Tenho.
Ai se tenho! Até porque o ritmo dos disparates que acontecem neste país, é muito intenso e mal dá para acompanhar! Eu até tenho muita vontade de escrever sobre a actualidade nacional, mas é que quando finalmente acabo de rir da primeira piada que ouço pela manhã, já o país lança a segunda e mal dá para recuperar o fôlego, quanto mais escrever!
Mas tenho muito para dizer, e coisas muito mais interessantes e úteis do que as bacoradas do Sr. Secretário do-vão-de-escada-da-cultura! Porque tenho FEITO muitas coisas interessantes e úteis!
Desde que a minha perninha se soltou da companhia das canadianas (há mais de 1 mês!) que ando por aí, de bairro em bairro, a salvar o mundo e construir teatros!
Ah! Que exagerada, Susana! - dizem vocês!
Sim, eu confesso, a parte do "salvar o mundo" está ligeiramente exagerada.
Desde que tive a sorte de partir a perna e ficar sem o trabalho na novela, que a minha vida está muito mais focada na minha família e na outra família que é o TEATRO IBISCO - onde me sinto verdadeiramente a trabalhar pela Cultura deste país. Senão, vejam:
- Estamos a construir o primeiro teatro-sala-estúdio do bairro da Bela Vista, em Setúbal;
- Vamos abrir uma micro-galeria de arte/atelier no meio de um ginásio social na Quinta da fonte, em Loures;
- Estamos a equipar o "Foier" do nosso teatro na Apelação para ser "uma espécie de café-teatro";
E não contentes com isto, ainda estamos a DAR FORMAÇÃO em teatro, dança, e não só, a crianças, jovens e adultos, e dar-lhes oportunidade de trabalhar em conjunto (em contextos muitas vezes de rivalidades), e de MOSTRAR os seus trabalhos artísticos.
Ou seja, estamos claramente em contra-corrente!
Enquanto há pessoas (com responsabilidades na gestão deste país - credo!) que dizem que "o povo tem fome, não precisa de cultura e arte para nada", nós IBISCO, afirmamos que, exactamente por país estar em crise e haver tanta gente com fome, é da maior urgência criar, apoiar e promover a arte como ferramenta para a inclusão social e auto-estima de um povo!
Nem só de pão vive um povo e, num pais onde escasseia o pão, ao menos que se alimente a alma:
A alma de um país é a sua Cultura!
Espreita: IBISCO.org